Como transformar eventos reais em ficção: dicas e exemplos práticos

O que um escritor iniciante mais ouve é para escrever sobre coisas que conhece, temas que domina, e, mesmo criando ficção, pede-se que ela parta de um ponto onde o autor tem segurança com o tema.  Você pode aplicar esse conselho para desenvolver os sentimentos e sentidos dos seus personagens, partir de um ponto para criar todo um momento, elevar os seus diálogos ou mesmo aprender a trabalhar aspectos das suas criações. Seja como for, é possível usar a realidade, e é preciso usá-la, para escrever ficção, quer saber como? Então continue lendo!

Como transformar eventos reais em ficção?

O que um escritor iniciante mais ouve é para escrever sobre coisas que conhece, temas que domina, e, mesmo criando ficção, pede-se que ela parta de um ponto onde o autor tem segurança com o tema. 

Você pode aplicar esse conselho para desenvolver os sentimentos e sentidos dos seus personagens, partir de um ponto para criar todo um momento, elevar os seus diálogos ou mesmo aprender a trabalhar aspectos das suas criações. Seja como for, é possível usar a realidade, e é preciso usá-la, para escrever ficção, quer saber como? Então continue lendo! 

Desapegar 

Se você construirá a partir da realidade, a primeira coisa que precisa fazer, após pesquisar bem os eventos que cobrem a parte da vida que escolheu para “ficcionar”, é se desapegar da história real, se não, escreverá um livro jornalístico. É preciso criar um pouco de distanciamento para que tudo dê certo, parece confuso, mas você já vai entender onde tudo se encaixa.

Se a proposta é transformar a realidade em ficção, é importante entender que você vai trabalhar com duas histórias, a obra e a realidade na qual ela se baseia. Por isso você precisa estar com a sua pesquisa, o grosso, o miolo do evento real à mão, mas a sua obra será o ponto mais importante. Por isso, não se apegue aos detalhes dos eventos, as partes que levarão ao ponto real, mas não são essenciais. E esses vazios que vão aparecer na história real serão os pontos que você preencherá de ficção. O recheio do que aconteceu agora é seu, então desapegue dos detalhes e crie os seus. 

Aí você pergunta: e como eu vou separar a verdade da ficção? A gente responde: 

Você vai escolher na história real tudo que considera essencial, os pontos principais, aqueles dos quais não pode abrir mão, depois de definir esses pontos, escolha os protagonistas que trabalhará, pode levar o tempo que julgar necessário nessa escolha. Feito isso, tudo o que sobrar, será preenchido com ficção, você vai inventar. 

Por exemplo, se escolheu trabalhar com um evento como uma guerra, a guerra em si precisa acontecer, os lados precisam ser os lados que realmente existem, mas as tramas, as conspirações e os envolvidos podem ser criados, sua ficção levou à guerra. Entende? 

Se você escolher trabalhar com uma figura histórica, ela precisa ser exatamente quem é, mas pode se envolver com personagens criados e você pode inventar ações que levem essas figuras às ações relevantes que todos conhecem em sua história. 

É literalmente o trabalho de preencher espaços com a ficção e fazê-la encaixar-se nos eventos, de maneira que o leitor reconheça a verdade no meio da ficção e, mesmo sabendo da realidade, enxergue a possibilidade da sua criação. Muitos escritores de romances históricos fazem isso. Você pode tomar tempo para pesquisar alguns e ver como preenchem os espaços da história ou do evento, ou mesmo das personalidade em suas criações. 

Verossimilhança 

Verossimilhança é a qualidade do verossímil, a capacidade de dar nexo, sentido a um texto, tornando-o tão parelho à realidade, que ele se torna possível; é coerente com a proposta e o leitor o aceita pela coerência. 

Para conseguirmos trabalhar um texto, precisamos que ele seja coerente com a proposta, o leitor precisa ter uma identificação para isso, e as nossas experiências, sentimentos, sensações e vivências podem ajudar a criar esses elos. 

Você pode pegar um pouco de si para escrever um personagem, por exemplo, ou criar um personagem inspirado em alguém que conhece. Pode explorar os eventos reais mais próximos de si, com base no que sabe e no que sentiu sobre eles para preencher os vazios em uma ficção e até para criar os seus personagens. 

Por exemplo, você pode trabalhar a dinâmica de uma família com base na sua, ou em uma família que conhece de perto. Pode criar os relacionamentos amorosos conforme suas experiências ou experiências que conhece, nesse caso, pode incrementar as lacunas de fatos históricos ou reais com um romance criado a partir de suas vivências ou observações. 

Não se esqueça que é preciso, antes de tudo, determinar os pontos reais que serão parte da história, para que você não se perca à medida que cria suas interferências. 

Por que isso é tão legal? 

Porque é como interferir nas cenas do tempo. Mas lembre-se de ter cuidado para não expor pessoas que não te autorizaram, para não feri-las ou mesmo para não criar nada tão esquisito que não tenha coerência e o leitor não veja possibilidade de ler. 

O jogo entre a realidade e a ficção pode atrair muita gente ao seu livro. As pessoas gostam de ler criações a partir de fatos marcantes, desde que vejam o cuidado e a pesquisa forte que possibilitaram ao escritor recontar tudo aquilo. A imaginação do leitor se aguça para acompanhar as novas possibilidades e esse jogo de mesclar os fatos com a ficção o prendem nessa curiosidade. 

Gostou de saber mais sobre essa forma de escrita? Agora ao escrever o seu livro você pode brincar com mais essa possibilidade e enriquecer o seu texto. A autopublicação vai te fazer alcançar leitores cada vez mais curiosos que ficarão envolvidos nos eventos que você pode recriar. 

Não deixe de publicar o seu livro com o seu melhor, seja mesclando realidade e ficção, escrevendo e documentando eventos, ou criando algo totalmente novo. O importante é não deixar de materializar o seu sonho de publicar e contar com a gente nesse processo!