Prólogo: Tudo O Que Você Precisa Saber E Como Fazer.

prólogo

Dominar os aspectos teóricos da escrita é fundamental para aprimorar e elevar a qualidade do seu texto. Pensando nisso, a gente fez um artigo especial que reúne tudo o que você precisa saber para escrever um prólogo memorável.

Toda história começa com uma introdução e ela estabelece sua relevância. Para capturar a atenção do leitor desde o início, é essencial criar o ambiente ideal nessa apresentação, e é justamente aí que o prólogo entra em cena.

Um prólogo é a prévia de uma obra, faz parte dos textos preliminares dessa obra. Ele permite que o leitor entenda e acompanhe de maneira mais clara o que o autor intenciona com o seu texto, apesar de não ser obrigatório. 

Ainda assim, o prólogo pode ser fundamental para o entendimento da história ou do fio narrativo escolhido e, em alguns casos, é essencial para que o leitor acompanhe o porquê da escolha do tema, escolha do desenvolvimento ou mesmo as ramificações da trama. 

Originalmente, na Grécia Antiga, prólogo era a parte inicial de um drama, presente em nas atuações teatrais nas quais um personagem representava os temas abordados na peça, antes da peça começar de fato. Era a parte onde havia um monólogo, um diálogo ou uma apresentação formal, na qual o tema central da trama era exposto. 

O prólogo, portanto, precede o texto, antecede o primeiro capítulo de um livro, é considerado um paratexto, porque está localizado no que chamamos periferia do texto principal, na teoria literária. “Periferia do texto principal” se refere a textos como minutas, dedicatórias, notas dos autores, notas de rodapé, ou seja, os textos que estão ligados ao texto, mas não interferem na construção e condução do texto principal.

Veja também: Escrevendo um Livro: Como Fazer uma Dedicatória?

Apesar do nome, não imagine, nem por um momento, que o prólogo não seja importante para a construção de um bom texto, pelo contrário, ele tem peso e relevância, afinal, precede, antecede, inicia a ligação de um leitor com o texto principal. 

  • O prólogo pode ser escrito por um terceiro. Não é tão comum, mas pode acontecer, neste caso o terceiro deve atentar-se ao que leu para construir a sua percepção ou abordar, de maneira mais intimista, o trecho que deseja destacar para este primeiro contato. Pode ser uma breve análise crítica, neste caso.
  • Os dramaturgos dos séculos XVII e XVIII tornaram o prólogo quase imprescindível para uma peça iniciar, era uma dose essencial da quebra da quarta-parede (os atores se dirigiam diretamente aos espectadores), eram responsáveis por cativar o público para a peça finalmente começar. 
  • O prólogo pode ter uma nova versão sempre que o livro recebe uma nova edição, caso este seja o desejo do autor ou do responsável legal pelo texto. 

Bora conversar sobre como tornar a experiência do leitor ainda melhor, caso você opte por usar um prólogo? Basta colocar em práticas as dicas abaixo e consultar sempre que precisar: 

Escolha tratar de eventos que impactam na história.

Você pode falar de coisas que já aconteceram ou que irão acontecer, ou ainda abordar o momento presente, mas escolha falar um pouco sobre o ponto primordial dessa informação. Pense no que é realmente relevante para que o leitor saiba e se surpreenda o suficiente para querer entender, ler e experienciar por si mesmo. 

Dê ou deixe alguma informação que os personagens ainda não sabem ou não entendem. 

Quem não gosta de uma exclusividade? Entregue esse gostinho para o seu leitor! 

Não escreva o prólogo como se fosse um capítulo inteiro. 

Lembre-se que o prólogo precede a história principal. Não tente escrever um prólogo com começo, meio e fim, como uma versão menor do todo. Em vez disso, escreva um texto que cative e instigue o leitor a continuar. Que tal incluir informações privilegiadas como algumas pistas de acontecimentos futuros (foreshadowing)? 

Apresente um ponto de vista de uma personagem, mas não a personagem. 

Confuso? Vamos lá. Procure abordar a visão que esta personagem tem dos fatos, mas não perca tempo em construir a introdução desta persona no prólogo, o leitor não vai se afeiçoar por uma ficha descritiva de alguém que ainda não faz ideia da importância, relevância, visão ou objetivos. Concentre-se em apresentar o que é destaque para você do todo, não de um só componente. 

Crie um clímax! 

Pegue aquele ponto onde o leitor terá vontade de gritar, saber o que aconteceu, por que aconteceu, qual a conclusão do depois ou como chegou neste lugar, ou situação. Transporte o leitor para o ponto mais intenso da sua história. 

Em O Último Reino - Volume 1 das Crônicas Saxônicas, do autor Bernard Cornwell, o personagem Uhtred é apresentado já idoso, e conta como desbravou os primeiros reinos ingleses, pertencendo aos dois lados da mesma guerra, e frisa que a lei e o dinheiro, não foram capazes de impedir uma rixa de sangue. Ele entrega de pronto a morte de um rei e fala sobre o seu desejo de vingança. Ao ler, você fica se perguntando como um idoso, pode ainda querer se vingar, quem é o dito rei, que exércitos são esses, porque ele esteve dos dois lados e o que aconteceu para ser somente ele na apresentação do todo. Entende? Você fica ansioso para entender os fatos. 

Atente-se para a relevância do texto. 

Escreva um prólogo que seja relevante e converse com a história principal, de alguma forma. Cuide para não acabar confundindo o leitor e evite dar mais informações do que as realmente necessárias, para não causar uma enorme confusão no entendimento do leitor. 

Atenção: Nenhum dos pontos apresentados é obrigatório, mas servem para te ajudar a elaborar um prólogo que cumpra seu papel e surpreenda seus leitores, entretanto, você é livre para deixar a sua criatividade ditar seus caminhos. 

Evite a hábito do copia e cola. 

Evite fazer o que chamamos “prólogo preguiçoso” que simplesmente consiste em pegar um trecho do livro e copiá-lo, destacando-o como prólogo. Entenda, este texto precisa ter a sua própria consistência para ser eficaz.

Cuidado para não mudar demais a sua escrita! 

Cuidado com o tom e escolha de abordagem para o texto, procure manter o prólogo na mesma linguagem e voz do restante do texto. Não seria interessante ler um prólogo completamente preso à norma culta, com aplicações de linguagem formais, e um texto cheio de gírias, expressões regionais ou linguagem própria. Quando falamos de voz, estamos falando da maneira como o seu texto conversa com o leitor. 

Cuidado para não escrever demais, prometer demais e não cumprir. 

Se você cria expectativas no prólogo e não as cumpre, você decepciona o leitor, o fato de não atender às expectativas de quem acompanha o seu texto, pode afastar o leitor deste ou de qualquer outro trabalho que desenvolva depois. Pense na sua experiência como leitor para criar esse texto. 

Evite transformar o seu primeiro capítulo em prólogo. 

O prólogo é uma visão de impacto do que virá, não o use como ponto de partida para o texto principal, mas como um texto que conduz o leitor para ele. 

Não faça do seu prólogo um glossário, uma enciclopédia ou um texto complementar. 

Não componha um manual de comportamento ou instruções para o leitor, lembre-se de oferecer uma primeira experiência, um primeiro contato para o leitor. O leitor nem sempre precisa saber tudo sobre o universo criado pelo autor, e caso seja necessário, crie um glossário ou textos complementares à parte. 

Não se delongue demais. 

Um prólogo quase sem fim desanima o leitor, imagina deixar um leitor preso em um prólogo que se estende por páginas e páginas… acha que ele terá vontade de continuar? 

A Importância do Prólogo na Estrutura Narrativa

Contextualização e Antecedentes

O prólogo fornece antecedentes importantes que ajudam a contextualizar a história. Ele pode apresentar informações que ocorreram antes do início da narrativa principal, criando uma base sólida para o desenvolvimento da trama.

Desenvolvimento de Personagens

No prólogo, os autores têm a oportunidade de introduzir personagens de maneira mais detalhada, fornecendo insights sobre suas motivações e histórias passadas. Isso enriquece a experiência do leitor e facilita a imersão no enredo.

Estabelecimento do Tom e do Ambiente

O tom e o ambiente de um livro podem ser estabelecidos de maneira eficaz através do prólogo. Elementos como a atmosfera, o estilo de escrita e a ambientação são introduzidos, preparando o leitor para o que está por vir.

Estrutura de um Prólogo Eficiente

Abertura Impactante

Uma abertura impactante é crucial para captar a atenção do leitor desde o início. Uma citação poderosa, uma descrição vívida ou um evento chocante podem servir como ganchos eficazes.

Revelação de Informações Cruciais

No prólogo, é importante revelar informações cruciais que serão relevantes para a narrativa principal. Isso pode incluir eventos históricos, profecias, ou segredos que moldarão o desenrolar da história.

Conexão com a Narrativa Principal

O prólogo deve ter uma conexão clara e direta com a narrativa principal. Ele não deve parecer um elemento isolado, mas sim uma parte integral do todo, contribuindo para a coesão da história.

Exemplos de Prólogos Memoráveis

"Romeu e Julieta" de William Shakespeare

O prólogo de "Romeu e Julieta" é um exemplo clássico que estabelece o conflito central e o destino trágico dos protagonistas. Ele serve como uma introdução poética que prepara o leitor para a tragédia iminente.

"O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel" de J.R.R. Tolkien

Tolkien utiliza o prólogo para fornecer um histórico detalhado sobre o Anel, explicando sua origem e importância. Isso cria uma base sólida para a complexa trama que se desenrola ao longo da série.

Dicas para Escrever um Prólogo Eficaz

Mantenha a Brevidade e Relevância

Um prólogo deve ser breve e direto ao ponto. Evite excesso de detalhes desnecessários e foque em informações que realmente enriquecem a narrativa principal.

Crie um Gancho Forte

Um bom prólogo deve deixar o leitor ansioso para continuar a leitura. Um gancho forte no final do prólogo pode instigar a curiosidade e motivar o leitor a seguir adiante.

Use um Estilo Consistente

O estilo do prólogo deve ser consistente com o resto do livro. Isso inclui a linguagem, o tom e a voz narrativa, garantindo uma transição suave para a história principal.

Esse artigo faz parte de uma série de dicas sobre conhecimento teórico de pontos essenciais da escrita, que enriquecem e melhoram a qualidade do seu texto. Aqui, você encontra tudo o que você precisa saber sobre como fazer um prólogo marcante.

Toda história, não importa onde seja contada, parte de um princípio e precisa de uma apresentação para ser relevante. E para que a história desperte interesse, é preciso criar o ambiente certo nessa apresentação, e aqui, falamos do prólogo.

A diferença entre Prólogo, Prefácio e Nota Introdutória:

Prólogo: Apesar de preceder a trama principal e ser o primeiro contato do leitor com o texto, o prólogo não precisa necessariamente representar o início da história. Ele pode se situar no meio, no final, ou simplesmente descrever sensações e apresentar a visão de um ou mais personagens sobre determinada situação ou trecho da trama.

Pense assim: o prólogo antecede a história principal e introduz o leitor à narrativa, mas não está limitado a ser apenas um início.

Prefácio: Já quando estamos falando de prefácio, não estamos falando da história em si, ele é um texto que fala sobre as percepções de quem leu, em primeiro contato, a obra, ou sobre a visão de quem o escreve, sobre o autor, sua formação, aspectos que julga importante. Ele não precisa ser escrito pelo autor, pode ser feito por um terceiro. 

Em termos simples, o prefácio faz uma abordagem geral do que pode ser encontrado, de como o autor idealizou a obra, das sensações de leitura ou pesquisa e a visão do autor, ou de um terceiro, sobre ele.

Nota Introdutória: Como o nome bem o diz, trata-se de alguma observação introdutória, a respeito do texto do autor, de algum tema abordado, algum contexto, que o autor ou um terceiro pode realizar brevemente para que o leitor tenha uma melhor experiência. Não é tão utilizada, sendo mais presente em textos teóricos, históricos ou acadêmicos.

Como escrever um bom prólogo?

Bora conversar sobre como tornar a experiência do leitor ainda melhor, caso você opte por usar um prólogo? Basta colocar em práticas as dicas abaixo e consultar sempre que precisar: 

Escolha tratar de eventos que impactam na história.

Você pode falar de coisas que já aconteceram ou que irão acontecer, ou ainda abordar o momento presente, mas escolha falar um pouco sobre o ponto primordial dessa informação. Pense no que é realmente relevante para que o leitor saiba e se surpreenda o suficiente para querer entender, ler e experienciar por si mesmo. 

Dê ou deixe alguma informação que os personagens ainda não sabem ou não entendem. 

Quem não gosta de uma exclusividade? Entregue esse gostinho para o seu leitor! 

Não escreva o prólogo como se fosse um capítulo inteiro. 

Lembre-se que o prólogo precede a história principal. Não tente escrever um prólogo com começo, meio e fim, como uma versão menor do todo. Em vez disso, escreva um texto que cative e instigue o leitor a continuar. Que tal incluir informações privilegiadas como algumas pistas de acontecimentos futuros (foreshadowing)? 

Apresente um ponto de vista de uma personagem, mas não a personagem. 

Confuso? Vamos lá. Procure abordar a visão que esta personagem tem dos fatos, mas não perca tempo em construir a introdução desta persona no prólogo, o leitor não vai se afeiçoar por uma ficha descritiva de alguém que ainda não faz ideia da importância, relevância, visão ou objetivos. Concentre-se em apresentar o que é destaque para você do todo, não de um só componente. 

Crie um clímax! 

Pegue aquele ponto onde o leitor terá vontade de gritar, saber o que aconteceu, por que aconteceu, qual a conclusão do depois ou como chegou neste lugar, ou situação. Transporte o leitor para o ponto mais intenso da sua história. 

  • Atente-se para a relevância do texto. 

Escreva um prólogo que seja relevante e converse com a história principal, de alguma forma. Cuide para não acabar confundindo o leitor e evite dar mais informações do que as realmente necessárias, para não causar uma enorme confusão no entendimento do leitor. 

Atenção: Nenhum dos pontos apresentados é obrigatório, mas servem para te ajudar a elaborar um prólogo que cumpra seu papel e surpreenda seus leitores, entretanto, você é livre para deixar a sua criatividade ditar seus caminhos. 

O que não fazer em um prólogo?

Evite a hábito do copia e cola. 

Evite fazer o que chamamos “prólogo preguiçoso” que simplesmente consiste em pegar um trecho do livro e copiá-lo, destacando-o como prólogo. Entenda, este texto precisa ter a sua própria consistência para ser eficaz.

Cuidado para não mudar demais a sua escrita! 

Cuidado com o tom e escolha de abordagem para o texto, procure manter o prólogo na mesma linguagem e voz do restante do texto. Não seria interessante ler um prólogo completamente preso à norma culta, com aplicações de linguagem formais, e um texto cheio de gírias, expressões regionais ou linguagem própria. Quando falamos de voz, estamos falando da maneira como o seu texto conversa com o leitor. 

Cuidado para não escrever demais, prometer demais e não cumprir. 

Se você cria expectativas no prólogo e não as cumpre, você decepciona o leitor, o fato de não atender às expectativas de quem acompanha o seu texto, pode afastar o leitor deste ou de qualquer outro trabalho que desenvolva depois. Pense na sua experiência como leitor para criar esse texto. 

Evite transformar o seu primeiro capítulo em prólogo. 

O prólogo é uma visão de impacto do que virá, não o use como ponto de partida para o texto principal, mas como um texto que conduz o leitor para ele. 

Não faça do seu prólogo um glossário, uma enciclopédia ou um texto complementar. 

Não componha um manual de comportamento ou instruções para o leitor, lembre-se de oferecer uma primeira experiência, um primeiro contato para o leitor. O leitor nem sempre precisa saber tudo sobre o universo criado pelo autor, e caso seja necessário, crie um glossário ou textos complementares à parte. 

Não se delongue demais. 

Um prólogo quase sem fim desanima o leitor, imagina deixar um leitor preso em um prólogo que se estende por páginas e páginas… acha que ele terá vontade de continuar?

Publicar um livro não precisa ser complicado. 

Cada novo assunto abordado no blog sobre escrita e teoria da escrita, visa te ajudar a aprimorar os seus conhecimentos e enriquecer a sua experiência naquilo que faz. Seguimos na nossa missão de democratizar a publicação de livros no país, dividir o máximo de conhecimento possível, faz parte dessa missão. 


Agora que já sabe o que fazer para criar um prólogo impactante e eficiente, basta seguir escrevendo e fazendo o seu melhor. 

Para publicar, você sabe que pode contar com a melhor plataforma de publicação do pais, a UICLAP!

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