Explorando Personagens Arquetípicos! O que São e Como Aparecem na Literatura?

Na literatura, personagens arquetípicos têm papéis cruciais, pois eles refletem padrões universais e traços humanos profundos. Atravessam culturas e eras, além de permitirem que os leitores se conectem com histórias de forma profunda e duradoura. Quer aprender mais sobre eles? Chega mais! 

O que são? 

Arquétipo é um padrão que se repete ou modelo universal que representa um tipo específico de estrutura, símbolo ou situação na vida, literatura, arte e cultura. 

O termo arquétipo, de origem grega, deriva das palavras "archein", "original ou antigo", e "typos", que significa "padrão, modelo ou tipo".

Você provavelmente conhece esses padrões, pois se baseiam, em suma, nas características humanas e nos nossos ideais. 

Na psicologia, Carl Gustav Jung estudou intensamente os arquétipos na teoria da psique humana. Ele notou que personagens famosos em todo o mundo refletem traços encontrados no inconsciente coletivo das pessoas. 

Essas representações moldam emoções, comportamentos e escolhas. Jung organizou esses padrões universais em 12 tipos. 

Na arte da escrita, assim como em outras artes já mencionadas, os criadores frequentemente usam os arquétipos como estrutura para desenvolver personagens. Você já reparou nesses padrões? Eles ajudam a construir personagens e narrativas que causam reconhecimento entre o que foi criado e os leitores, permitindo uma compreensão mais profunda e simbólica. 

Sabe aquela história que te marca e fica com você? Pois é, tem conceito psicológico aí! Inclusive, grandes empresas também exploram esse mesmo recurso. 

Vem conhecer mais deste recurso valioso, explorando os destaques de Jung! 

O Mago

O Mago é um arquétipo de sabedoria e poder. Geralmente é aquele que orienta o herói em sua jornada, oferecendo conhecimento e conselhos. 

Um exemplo icônico é Gandalf, da obra de J.R.R. Tolkien, "O Senhor dos Anéis". Gandalf é um mago sábio e poderoso que guia Frodo e seus companheiros na luta contra o mal, usando seu conhecimento e magia para ajudar a alcançarem a paz na Terra-média.

O Herói

O Herói é central em muitos contos épicos e mitos. Ele geralmente é corajoso, nobre e enfrenta desafios monumentais em sua jornada. 

Sobre este traço, há todo um estudo e uma estrutura de texto, chamada A Jornada do Herói. Já conhece? Se não conhece, clica aqui e aprenda tudo sobre o assunto e como fazer o seu: https://blog.uiclap.com/a-jornada-do-heroi-e-a-jornada-da-heroina-guia-definitivo-para-autores/

Um exemplo clássico, citado no artigo em destaque também, é “Harry Potter, da série de J.K. Rowling. 

Harry é o Herói que, apesar das origens humildes e dos desafios constantes, demonstra coragem e determinação ao enfrentar o maligno Lord Voldemort.

O Inocente

O Inocente é aquele que tem dificuldade em perceber as más intenções dos outros e em lidar com conflitos. Rita Lee diria: “ele é tão bonzinho, tão galera”!

É otimista e sempre procura o lado positivo da vida. Adaptável, busca felicidade, aprovação e reconhecimento. 

Na literatura infantil, um bom exemplo é o “Pinóquio”. Ele não percebe as intenções maliciosas dos que tentam enganá-lo e por medo, de punição ou decepção, mente para evitar problemas. 

No entanto, mantém a esperança de voltar para casa e se tornar um menino de verdade.

O Órfão

Geralmente representa a pessoa comum que tem receio de ser excluída ou de se destacar na multidão. Costuma ser melancólico e um tanto dramático. Sua empatia é uma grande qualidade e como mecanismo de defesa, usa a ironia e às vezes se coloca como vítima.

Charlie Brown, da série "Peanuts" de Charles Schulz é um excelente exemplo! Charlie é conhecido por sua melancolia, suas dúvidas constantes e sua empatia por outros personagens, como seu cão Snoopy e seus amigos da escola. 

A Donzela em Perigo

Este arquétipo representa a pureza e vulnerabilidade feminina, muitas vezes necessitando de resgate pelo herói. Um exemplo clássico é Ofélia, de "Hamlet" de William Shakespeare. 

Ofélia, embora não seja uma heroína no sentido tradicional, representa a inocência perdida e a tragédia, sendo vítima das circunstâncias ao seu redor.

O Tolo

O Tolo é aquele que geralmente traz alívio cômico ou serve como contraste ao Herói. Um exemplo interessante é Sancho Pança, companheiro de Don Quixote em "Dom Quixote" de Miguel de Cervantes. 

Sancho, com visão prática e senso comum, contrasta vividamente com a idealização do mundo de Don Quixote, proporcionando momentos de humor e reflexão.

O Cuidador

Conhece alguém que está sempre cuidando dos outros? O cuidador é como uma figura maternal, protetora e prestativa. 

Ainda no universo de Harry Potter, Hagrid exemplifica esse arquétipo ao se preocupar com o bem-estar de Harry e seus amigos, mesmo enfrentando suas próprias dificuldades.

Outro exemplo notável desse arquétipo é Atticus Finch, do livro "O Sol é para Todos" (To Kill a Mockingbird), de Harper Lee. Ele é um advogado que defende os menos favorecidos em uma sociedade dividida pela questão racial, demonstrando um compromisso inabalável com o bem-estar dos outros.

A Femme Fatale

Este arquétipo representa a sedução e o perigo feminino.Um exemplo clássico é “Carmen”, da ópera homônima de Georges Bizet, baseada na novela de Prosper Mérimée. 

Carmen é uma mulher apaixonada e livre que atrai homens para sua ruína, simbolizando o poder destrutivo da paixão descontrolada.

É importante não confundir a Femme Fatale com a Heroína. Você pode criar uma heroína com os traços que quiser, mas a característica principal dela, será traçar sua própria jornada e ser fatal será um traço, não o centro da construção. 

Rebelde

Este é o arquétipo dos que desafiam as normas estabelecidas. Não se conformam com as regras e buscam mudanças radicais, muitas vezes à margem da lei. São impulsivos e motivados por um desejo de revolução ou vingança. 

Um exemplo é Lisbeth Salander, da série "Millennium" de Stieg Larsson. Ela desafia o sistema para combater injustiças e buscar sua própria forma de justiça.

O Amante

Adorado pela capacidade de se conectar profundamente com os outros, o amante é apaixonado e comprometido, valorizando a beleza interior das pessoas. Seu maior medo é a solidão e o abandono. 

Um exemplo é Samwise Gamgee, de "O Senhor dos Anéis". Ele é leal, corajoso e dedica sua vida a apoiar e proteger seus amigos, especialmente Frodo, em sua jornada épica.

O Criador

Inovador e visionário, o criador é movido pela paixão por criar coisas novas e valiosas. Ele é persistente, mesmo diante de desafios e falhas.

Leonardo da Vinci, o renascentista italiano conhecido por inúmeras invenções e obras de arte, demonstra uma mente que transcendeu o tempo com suas ideias revolucionárias e visão única! 

A Governante

A líder nata! Visa criar uma família ou uma comunidade bem-sucedida e próspera. Gosta de ter o controle e exercer o poder. Seu defeito é ser autoritária em diversos momentos, o que pode dificultar a delegação de responsabilidades. Ela sabe liderar e impor sua visão com responsabilidade e determinação.

Aqui você pode encontrar esses traços em Cersei Lannister, de "As Crônicas de Gelo e Fogo" de George R.R. Martin. Ela busca manter sua família no poder e proteger seus interesses, demonstrando uma habilidade implacável para tomar decisões e enfrentar desafios políticos.

Ufa! Quantas dessas características você já explorou na construção de personagens? Quer ver como você pode fazer personagens marcantes como os dos exemplos citados? Chega também nesse conteúdo especial: https://blog.uiclap.com/como-criar-personagens-cativantes/

Muito legal, né?!

Os arquétipos na literatura servem como elementos narrativos e como símbolos poderosos que ressoam com as experiências universais. 

Ao identificar e compreender esses arquétipos, os leitores podem mergulhar profundamente nas histórias e apreciar as complexidades dos personagens, trazendo à tona questões atemporais sobre coragem, sabedoria, amor e sacrifício.

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