Os Diferentes Tipos de Narradores Literários
A escolha do narrador é uma das decisões mais importantes na construção de uma obra literária. Dependendo de quem conta a história, a experiência do leitor muda completamente. Vem com a gente explorar alguns dos principais tipos de narradores, com destaque para um especial que imprime personalidade!
Narrador em primeira pessoa
Esse é o tipo de narrador que conta a história sob seu próprio ponto de vista. Ele está inserido nos eventos e fala diretamente ao leitor, usando pronomes como "eu" ou "nós".
Esse tipo de narrativa cria uma proximidade com o leitor, permitindo que ele entre na mente e nas emoções do personagem narrador. Por outro lado, a visão é limitada, pois ele só pode narrar o que conhece e sente.
Exemplo: O Apanhador no Campo de Centeio, de J.D. Salinger.
Narrador em terceira pessoa limitado
Aqui, o narrador é um observador externo que não participa da história, mas acompanha os acontecimentos por meio da perspectiva de um ou mais personagens.
Embora esteja "de fora", ele tem acesso aos pensamentos e emoções de alguns personagens, mas não de todos. Esse tipo de narrador oferece uma visão mais focada e controlada da narrativa.
Exemplo: Harry Potter e a Pedra Filosofal, de J.K. Rowling.
Narrador em terceira pessoa onisciente
O narrador onisciente sabe tudo o que acontece com todos os personagens e em todos os lugares. Ele tem acesso aos pensamentos, sentimentos e intenções de todos os envolvidos na trama.
Esse tipo de narrador oferece uma visão completa e ampla da história, dando ao leitor um panorama geral dos eventos e personagens.
Exemplo: Guerra e Paz, de Liev Tolstói.
Narrador onisciente intruso
O narrador onisciente intruso é uma variação do narrador onisciente clássico, mas com uma característica peculiar: ele não só conhece todos os detalhes da história e dos personagens, como também interfere ativamente no texto, comentando, julgando e até mesmo dialogando com o leitor.
Ele interrompe a narrativa para dar suas próprias opiniões, reflexões e juízos de valor, muitas vezes de forma crítica ou irônica.
Esse tipo de narrador é comum em obras do século XIX, especialmente nos romances de autores como Machado de Assis e Balzac.
Veja também: https://blog.uiclap.com/o-que-e-e-como-escolher-um-narrador/
O narrador intruso pode ser visto como um personagem à parte, mesmo que não esteja envolvido diretamente na história. Sua presença traz uma nova camada de interpretação à narrativa, convidando o leitor a refletir sobre os acontecimentos sob uma lente crítica ou filosófica.
E tem mais!!
Características do narrador onisciente intruso:
Presença ativa: o narrador não é apenas um observador passivo, ele interfere na narrativa com seus comentários.
Interpretação e julgamento: ele oferece interpretações próprias dos fatos e julga os personagens ou a sociedade retratada na história.
Diálogo com o leitor: muitas vezes, o narrador intruso fala diretamente com o leitor, criando um vínculo e uma cumplicidade que ultrapassa a narrativa em si.
Exemplo:
Em Dom Casmurro, de Machado de Assis, o narrador não só relata a história de Bento e Capitu, como também faz comentários irônicos sobre a sociedade, a moral e a natureza humana. Ele joga com o leitor, questionando a veracidade dos eventos e manipulando a percepção da história.
Viu que legal?!
Os tipos de narradores são essenciais para moldar a forma como a história é contada e recebida pelo leitor.
O narrador onisciente intruso, em particular, oferece uma experiência única, já que ele quebra a "quarta parede" literária e introduz uma camada crítica e reflexiva na narrativa. Seu papel vai além de contar a história: ele guia e provoca o leitor. Se você gosta de obras que oferecem mais do que apenas uma trama, esse tipo de narrador certamente irá despertar seu interesse. Amplie seus horizontes para escrever e conte com a gente para publicar!
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