O que é Discurso Narrativo? Como podemos percebê-lo no texto literário?
O discurso é uma extensão da narração e da linguagem que acontece de maneira quase natural, porque é a representação das falas das personagens. Como em uma dança, os três elementos narrativos se completam e atuam juntos. Vem entender melhor com a gente!
O Discurso Narrativo é uma extensão da narração e da linguagem que acontece de maneira quase natural, porque é a representação das falas das personagens. Como em uma dança, os três elementos narrativos se completam e atuam juntos. Vem entender melhor com a gente!
O discurso narrativo é o elemento que expõe as vozes, ou tonos, das personagens. Isso quer dizer que é por meio dele que saberemos como as personagens entonam seus pensamentos, falas, expressões, resmungos, introspecções, reclamações, etc.
Por que o Discurso Narrativo é importante?
Em um romance (e aqui falamos do tamanho de texto, não do gênero) é preciso que o leitor saiba diferenciar o narrador das demais personagens no enredo, mesmo se o narrador for uma personagem. A divisão entre o relato de uma e as falas de outra, deve ser clara para quem lê.
É importante que exista essa característica no texto literário para que o discurso de alguma personagem não se confunda com a linguagem. O discurso vai mergulhar nas estruturas das falas, pesando características que dão diferença nas vozes das personagens. Já a linguagem, vai pontuar códigos, tipos e sentido da mensagem.
Para simplificar: A linguagem diz o tipo de mensagem, o discurso diz com qual voz essa mensagem foi transmitida.
Ah! Atentem para essa observação: Cuidado para não confundir Discurso Narrativo com Discurso em Análise, tá?! Este segundo acontece apenas no estudo da linguística, não na criação literária.
Tipos de Discurso Narrativo
Discurso Direto:
É caracterizado por ser um registro integral da fala da personagem no texto. Nesse tipo de discurso não há interferência do narrador, não há interpretação de outras personagens. O que é dito, segue exatamente como é dito.
Resumindo: Esse discurso dá ao leitor as palavras exatas da personagem que fala.
O discurso direto é percebido em um texto pelo uso do travessão (㇐), pelo uso dos dois pontos antes de uma fala (:), pelo uso de aspas para destacar a fala (“”), sempre precedido ou posposto por verbos de elocução (dizer/disse; falar/falou; comentar/comentou). Há também romancistas que separam as falas de suas personagens entre vírgulas — um uso mais recente, mas também aceito como os outros. Existem também romancistas mais ousados, como José Saramago que não separa absolutamente nada e o leitor que lute. 😂
Mas olha, a menos que você tenha um exímio conhecimento de regras gramaticais e ortográficas, assim como domínio na construção narrativa literária, não se arrisque como Saramago. Para construir o diálogo, aposte no simples! Pense sempre no seu público-alvo antes de escolher.
Discurso Indireto:
Apresenta as falas das personagens, usando o narrador. Ele faz a mediação entre o que a personagem realmente disse e o que o leitor vai receber. Nesse tipo de discurso, temos uma interferência do narrador clara. Ele julga, opina e dá as falas das personagens usando seu ponto de vista. Ou seja, aquela pessoa que mete o bedelho. Como o discurso indireto tem essa interferência, não precisa de pontuação específica para separar o texto do que as personagens falam.
Recomendação de leitura: Os Sertões de Euclides da Cunha.
Em determinada parte da narrativa. Ao falar sobre uma arma de fogo, lemos:
Desarticulou-lhe agilmente os fechos, como se fosse aquilo um brinco infantil predileto. Perguntaram-lhe se havia atirado com ela, em Canudos. Teve um sorriso de superioridade adorável.
Discurso indireto livre:
O meio-termo, a mescla entre discurso direto e indireto. Onde se usa a separação de falas, por meio das pontuações como vimos, mas também a interpretação, julgamento ou opinião do narrador para construir algumas falas.
Geralmente esse estilo é usado para mesclar as falas e os pensamentos das personagens, de maneira que o leitor não se perca. Um fica para a expressão (o que é realmente dito, em discurso direto) e o outro fica para as ações e pensamentos (o que a personagem imagina ou raciocina fazer, em discurso indireto).
Gostou? Esse é só mais um dos importantes elementos narrativos que podem te ajudar a escrever melhor.
Como escritor, é importante sempre tirar tempo para estudar e entender os elementos que compõem um texto. Afinal, essa será a sua criação. Tenha carinho, cuidado e deixe o leitor sentir esses sentimentos também.
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