A Nação dos Esquecidos: Uma Distopia que Reflete o Brasil que (Infelizmente) Conhecemos

A Nação dos Esquecidos: Uma Distopia que Reflete o Brasil que (Infelizmente) Conhecemos

Olá, leitores! Se tem uma coisa que me define, além da paixão por histórias que cutucam a realidade, é meu vício em café.

Sim, toda vez que me sento para escrever, lá estou eu com uma xícara fumegante – porque boas ideias, assim como revoluções, precisam de combustível, e café com cuscuz são como combustíveis espaciais, nos fazem ir ao infinito.

E hoje quero dividir com vocês um pouco do ribuliço que fervilhou na minha mente e deixou encucado enquanto escrevia - A Nação dos Esquecidos.  

Se você é fã de distopias que vão além do entretenimento e mergulham em críticas sociais afiadas, essa obra é para você.

Um Nordeste que não é só cenário, mas Personagem Vivo, um Mundo.


Esta história nasceu de uma inquietação, de tristes eventos que assombravam o nosso Brasil, e acredito que ainda assombram, principalmente em épocas de eleições. 

Eu pensei: e se o autoritarismo resolvesse se disfarçar de progresso? e se velhos demônios internos do Brasil ganhassem o palco da discussão política? e se o relógio do fim do mundo chegasse a meia noite? Assim, eu criei um Nordeste fictício onde a cultura, arte e a literatura não são mais o entretenimento, mas armas de controle. 

Imaginei um Nordeste dominado por um regime autoritário, onde a verdade é manipulada, a população é controlada por meio do medo e a mídia é uma ferramenta de propaganda. Um Sul vivendo em uma crise econômica, nacionalismo aumentado no talo e a intolerância batendo na porta. Soa familiar? “A Nação dos Esquecidos” nos apresenta um futuro distópico que, de tão próximo da nossa realidade, chega a ser assustador.  

Uma distopia onde a mentira vira verdade repetida, e a resistência é feita de pequenos gestos, de sulistas e nordestinos – alguns heróicos, outros oportunistas, e a maioria desesperados.  

Mas por que o Nordeste? Pernambuco? Caruaru? Brejo da Madre de Deus? Porque são regiões que carregam a força de quem resiste, seja na seca, no coronelismo moderno ou nos momentos tão caóticos, em que o nordestino pobre acha “que nem sabe fazer oração”

E, cá entre nós, nenhum lugar combina mais com revolução do que uma terra de repentes, do Leão do Norte, dos cordéis e Lampeões (reais e metafóricos).  

Escrever com Café (e um pouco de raiva e de medo)

O que mais eu tentei construir nessa obra foram os personagens. “Fernando, João Miguel, Ana Paula e os Personagens dos contos” não são heróis de quadrinhos com super poderes, altruístas ao extremo com senso moral inabalável; pelo contrário, são pessoas reais, cheias de contradições, más escolhas, vícios, medos e esperanças. 

A amizade entre eles, os pesos das escolhas, a ignorância, os dilemas morais e os sacrifícios que fazem pelo o que acham “correto” são retratados com uma humanidade que nos faz torcer e lamentar por cada um.  

E, claro, há o antagonista, mas eu não quis criar um nome específico ou uma história própria, quiçá um vilão cativante e inesquecível, como o Darth Vader. 

Não, não. Eu busquei mostrar o quanto os líderes de um governo opressor são genéricos e caricatos, sempre utilizam a desinformação e a violência para manter o controle. A História nos mostra que todos eles lutam por uma única coisa: poder acima de tudo.

Em tempos de fake news, ideologia partidária exacerbada e polarização política, essa crítica é mais relevante do que nunca.

Confesso que muitas cenas desse livro foram escritas entre um gole de café e um suspiro de indignação, adaptando a realidade e calibrando a ficção. 

Porque distopias não são só sobre futuros imaginários – são sobre os pesadelos que já vivemos em doses homeopáticas. São escombros podres do passado reutilizados na construção do presente com o empreendimento para o futuro.

- A cena em que Fernando se coloca entre o dilema moral: de seguir o sistema ou salvar quem ama? Morgado demais! Café amargo, sem açúcar.  

- O momento em que Ana Paula questiona até onde vale a pena lutar? Lasqueira! Café com um cadinho de leite, para suavizar a dureza.  

- E o vídeo que expõe as mentiras do regime? Armaria! Esse foi escrito depois da terceira xícara, pensando nos horrores que a humanidade já protagonizou contra si própria em nome do progresso ou buscando a ordem social - escrevi quando a coragem bateu mais forte que o medo.  

Aliás, café e escrita têm uma relação alquímica, meu fi. Perguntem ao Stephen King 

Por Que Ler "A Nação dos Esquecidos"?

Inicialmente, sou suspeito de falar. O filho é meu, nunca o pai acha a sua cria feia. Mas, vamos lá.

1. É uma distopia brasileira. Você ama a Capital do Forró e o Espetáculo da Nova Jerusalém? Pronto, Caruaru e Brejo da Madre de Deus são os palcos principais. Enquanto muitos livros do gênero se passam em futuros genéricos ou em países estrangeiros, essa obra mergulha na nossa cultura, geografia e problemas sociais, tendo o Nordeste e os nordestinos como destaques.

2. Porque é uma história que dói (e faz pensar). Se você gosta de “1984”, “Admirável Mundo Novo” mas quer algo com cheiro de terra seca e sotaque nordestino, com um tempero de “Vidas Secas”? esse livro é seu próximo vício.  

3. Pelos personagens que parecem gente daqui. João Miguel poderia ser seu vizinho – Ninguém é só herói ou vilão. Todos carregam traumas, medos, contradições e uma pitada de esperança teimosa.  

4. Crítica social afiada. O livro questiona a manipulação da mídia, a alienação política, a exploração dos mais pobres e a importância da pluralidade de ideias.

5. Um chamado à reflexão. Mais do que entreter, "A Nação dos Esquecidos" nos faz pensar: "Até onde iríamos pela liberdade depois de entregá-la de mão beijada?"  

6. Pela crítica que não pede licença. Se governo é opressor, a mídia manipulada e rebeldes clandestinos são temas que te incomodam... O Morpheus irá dizer “bem-vindo ao mundo real, Neo”.  

Onde Encontrar e Como Apoiar

Ôxe, abestalhado. Aqui mesmo na UICLAP, e também na Amazon, né?! E lembre-se, a cada cópia vendida é um café a mais pra eu escrever a sequência (sim, tem mais vindo aí!).

Mas se não puder comprar o livro, como dizia o Exterminador do Futuro: “No, problema”. 

Apoia nas redes sociais: segue, curte, compartilha, elogia ou faz críticas. Ajuda muito na divulgação, talvez sua amiga seja fã de literatura distópica e você não sabe. Faz chegar até mais pessoas, ajude um escritor estreante nordestino matuto e ainda “analfabeto de pai e mãe, e parteira”, (abraço de um fã, Jessier Quirino).

Não menos importante, preste atenção no cabra aqui. Em breve mostrarei como “as leis podem silenciar as vozes, mas não apagam os sussurros dos sofredores”.

Para Fechar: Um Brinde (de Café) à Resistência 

Se tem algo que aprendi escrevendo este livro, é que “histórias também são armas”. Podem denunciar, cutucar feridas e, quem sabe, inspirar alguém a questionar o mundo ao redor. 

Espero que sirva para você como o vislumbre de um futuro indesejável, porém, não improvável. 

Perdoem-me, mas para evitar polarização do livro, decidi “eliminar” os dois atuais líderes políticos-partidários do Brasil, precisava de um arco narrativo para a história engrenar. Nem left, nem right. Se arrete comigo não, viu? Eu lhe pago um pedaço de rapadura. 

Felipe Henrique 

Escritor, cafezólogo amador e contador de histórias que doem (mas também curam).

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