Memórias Arrependidas de Um Poeta Sem Pudor

Memórias Arrependidas de Um Poeta Sem Pudor


(Antologia Poética, de 1978 a 2023)

Comecei a escrever histórias e poesias por volta dos 15 anos, ainda nos anos 70, mas somente agora, aos 65, posso me considerar poeta escritor. E embora tenha escrito três romances, várias centenas de crônicas e contos, foi na poesia que sempre me encontrei. Milhares foram escritas e publicados em 13 livros autoeditados e financiados, tendo sido a razão da criação de uma editora artesanal em 2010, que durou até 2020, quando passei a publicar pela UICLAP.

A popularização da Internet no final do século XX, que ofereceu maiores possibilidades às artes, foi também o início do fim para a poesia, da forma como verdadeiros apreciadores a veem e sentem. As páginas frias das telas de computadores e celulares não carregam sua essência. A poesia é para o papel e para o “ao vivo”, ou seja, tem que ser tocável, cheirável, ouvida, vista, sentida; seja pela leitura no papel, com seus cheiros e texturas, quanto pela entonação, respiração, suores, olhares do poeta quando a interpreta.

Por esse motivo, fiz uma seleção de poesias para uma antologia com toda a poesia que pude carregar, desde meados dos anos 70 até 2023. O critério foi pessoal:
os textos que mais gostei de escrever e de ler, e os que considero de melhor “qualidade”. Assim nasceu “Memórias Arrependidas de Um Poeta Sem Pudor”, com 750 páginas e quase 600 textos, incluindo os textos de três óperas-rock que lancei, em parceria com o Maestro Amyr Cantúsio Jr., entre 2010 e 2016. Esta edição inclui ainda alguns inéditos, escritos em 2024.

Quanto ao teor da minha obra, não esperem que contenha poesia fácil e digerível,
como quem come um doce, mas uma poesia crua, visceral, cheia de palavrões e de
jargões das ruas. Falo muito de morte, de sexo e de outros tabus, em poesias invariavelmente rimadas e metrificadas. Nunca escrevi com mel e purpurina, mas com sangue e esperma. Desde a adolescência sempre foi assim. Acredito na honestidade da poesia, e, na verdade, que ela necessita, pois sempre deve refletir a vida, o pensamento e o sentimento do autor. Sem qualquer censura, que
mata a alma de artista. Então, assim é minha obra, como é comum se dizer hoje:
politicamente incorreta.

Barata Cichetto.

Texto do Autor.