A Viajante - Daniel Caetano
DANIEL CAETANO, natural da cidade de Divinópolis, Minas Gerais, flerta com a escrita criativa desde os 14 anos. Influenciado pela literatura fantástica de Tolkien, pela especulação histórica de Bernard Cornwell, pelo mundo mágico de Patrick Rothfuss e por obras clássicas de autores como Herman Melville, Oscar Wilde, Bram Stoker, Jonathan Swift, entre outros, o mineiro, hoje com 35 anos, estreou sua carreira como autor em 2023, com o lançamento de seu conto de estreia, pelo selo da Editora Uiclap.
Intitulado A Viajante, a obra é resultado da influência direta de autores renomados da ficção científica, tais como Arthur C. Clarke, Issac Asimov, Carl Sagan e Cixin Liu, além de Michael Crichton, Phillip K. Dick e H. G. Wells. Nela, Daniel nos insere nos devaneios da Navegadora e do Contista, representantes interplanetários de uma espécie alienígena, muito mais avançada que os terráqueos e que, por acaso — ou não — se deparam com uma espaçonave não-tripulada humana. Começam então as especulações por parte dos alienígenas. Juntos, eles debatem as motivações dos humanos enquanto aprendem sobre sua cultura, sobre seus modos e seus povos.
Muito além de um conto curto de ficção científica, podendo ser lido em uma tarde, a estória baseia-se em acontecimentos reais. No ano de 1977, a agência espacial norte-americana lançou duas sondas para fora do sistema solar, direcionando-as para longe do sol. Não foram as primeiras nem as últimas, mas após 47 anos viajando pelo espaço, elas se tornaram os objetos humanos mais distantes já lançados. Com o objetivo de coletar dados sobre o meio interestelar, cada sonda carrega consigo um disco de cobre contendo informações sobre a humanidade, bem como a localização do nosso sistema solar na galáxia; ou seja, elas carregam manuais de instruções para que civilizações avançadas possam nos contatar e até mesmo vir até nosso planeta. Não temos como saber se ela será encontrada por outras civilizações alienígenas. Como disse o idealizador do projeto à época do lançamento das sondas, o astrônomo e divulgador científico Carl Sagan: “A nave espacial será encontrada e o disco será tocado somente se houver civilizações avançadas que naveguem pelo cosmos no espaço interestelar. Mas o lançamento desta ‘garrafa’ no ‘oceano’ cósmico diz algo bastante esperançoso sobre a vida neste planeta”.
É com base nesta esperança que o autor constrói a narrativa de A Viajante. Através dos olhos dos protagonistas alienígenas, Daniel faz um passeio filosófico e especulativo sobre a humanidade ao mesmo tempo em que explora as possibilidades fantásticas que a tecnologia e o universo nos permitem alcançar. “Eu pensava que mundos fantásticos só podiam existir em universos mágicos, como os de Tolkien e Rothfuss. Até eu ler Sagan e Clarke e descobrir que o fantástico e o maravilhoso também podem existir sem desrespeitar as leis da física”, diz Daniel, que já se prepara para lançar seu segundo título, em janeiro deste ano, que se passará no mesmo universo idealizado, ainda em construção pelo autor.
“A ideia é construir um universo compartilhado de livros, feito a Série Robôs e a Trilogia Fundação, de Asimov e os livros do Gabriel García Márquez, em que os personagens são recorrentes em várias histórias distintas. Ou, para quem é mais jovem, feito um MCU da Marvel”, prossegue Daniel.
Atualmente, Daniel trabalha no desenvolvimento deste universo particular criado por ele. A estória deverá acompanhar o desenvolvimento de todo um universo, desde sua gênese até seu fim natural, numa série de livros que deverão se passar em diferentes momentos do passado, presente e futuro, imaginando cenários diferentes no curso da história da humanidade, através dos olhos dos personagens.
De leitura densa, A Viajante é apenas o capítulo inicial desta longa história de tudo.
Texto do autor.