Romance gótico reúne mitos amazônicos e vampirismo

Após a Chuva da Tarde

Tendo como cenários os palacetes Bolonha e Bibi Costa, o livro capta a essência de Belém da belle époque em uma trama vampiresca

Autor: Emerson Coe

Segundo o artigo Cosmologias da Encantaria no Marajó/PA, da pesquisadora Dione do Socorro, uma antiga tradição ensina a amassar dentes de alho e jogar no rio a fim de afugentar o boto e impedir que ele entre nas casas dos ribeirinhos, a mesma tradição também aconselha por crucifixos nas portas e jogar água benta no rio.

Esse artigo levou Bosco Chancen a imaginar uma história de vampiros europeus convidados por uma elite cultural para concertos no Theatro da Paz na belle époque (auge do rico período da extração da borracha). O romance faz dos palacetes Bolonha e Bibi Costa cenários das sombrias lendas ligadas aos mesmos, contando suas histórias e as de seus proprietários.

A história enigmática de uma cantora lírica de espírito independente que vinda direto da França que luta pelo direito ao voto feminino, em pleno século XIX e com seu comportamento livre que chocou a conservadora sociedade de Belém, dando origem a lenda de que ela seria uma vampira.

Longe dos tradicionais cenários da narrativa gótica, adaptada ao nosso clima tropical e aos palacetes da cidade, o romance aproveita a atmosfera sombria da floresta amazônica durante a chuva da tarde para contar histórias visagentas.

Ficha Técnica

Título: Após a Chuva da Tarde – A Lenda do Cão Fantasma do Palacete Bolonha

Autor: Bosco Chancen

Editora: UICLAP

Especificações: 284 páginas, 16×23 cm; brochura

Após a Chuva da Tarde

Inspirando-se nas incríveis semelhanças entre a lenda dos vampiros e a lenda do boto, o romance APÓS A CHUVA DA TARDE traz vampiros europeus para a Amazônia e os faz interagir com criaturas fantásticas do folclore amazônico em aventuras regadas a doses de ayahuasca em meio a rituais místicos indígenas, tendo o rico período da extração da borracha como pano de fundo de sua história (1896).

Fonte: Dol