Por que escrevi este livro para meus filhos – e para você também

Reflexões sobre tempo, memórias e aprendizados que podem inspirar sua própria jornada
A vida como livro
Sempre pensei na vida como um grande livro em que cada dia é uma página que não pode ser relida. Se passo por ela sem atenção, distraído, essa página se perde para sempre. Essa metáfora sempre me acompanhou e, de certa forma, me ensinou a valorizar mais o presente. Porque no fundo não existe botão de voltar, não existe como reescrever o que já foi vivido. O máximo que podemos fazer é aprender a ler cada dia com mais cuidado.
Foi justamente dessa ideia que nasceu o desejo de escrever. Primeiro como uma forma de mostrar assuntos complexos para meus filhos, Arthur e Alice, mas depois percebi que o que eu estava registrando poderia ser útil para qualquer pessoa. Afinal, todos nós estamos escrevendo nosso próprio livro, página por página, e às vezes precisamos de companhia ou inspiração para seguir em frente.
O que me levou a escrever
A pandemia foi um dos momentos que mais me fizeram refletir. O silêncio das ruas, o isolamento e a sensação de fragilidade me mostraram o quanto a vida é imprevisível. Nesse período, voltei a escrever ideias soltas, pequenos registros que me ajudavam a organizar a mente. Era como se eu quisesse garantir que algo do que aprendi não se perdesse.
Mais tarde, veio o Caminho de Santiago. Foram quase 800 quilômetros de caminhada, em silêncio, com dores nos pés, lembranças na mente e o coração cheio de descobertas. Cada passo me aproximava ainda mais dessa vontade de colocar no papel tudo aquilo que eu sentia. Escrever passou a ser não apenas um desejo, mas quase uma necessidade, como se cada página escrita fosse também um pedaço do caminho percorrido.
Aprender com os gigantes
Com o tempo percebi que não precisava ter todas as respostas para começar a escrever. Muito pelo contrário. A vida me mostrou que viver é conviver com dúvidas e que aquilo que parecia verdade ontem pode ser questionado hoje. Essa constante mudança faz parte da caminhada, e aceitar isso traz leveza.
Isaac Newton dizia que conseguiu ver mais longe porque se apoiou nos ombros de gigantes. Essa frase me inspira muito, porque ninguém precisa descobrir tudo sozinho. Sempre houve pessoas antes de nós que sentiram, erraram, refletiram e deixaram lições. Aprender com elas não diminui a nossa jornada, pelo contrário, nos fortalece para seguir ainda mais longe.
Espero que gostem da leitura deste livro.
