Entre a literatura e a pedagogia, O cozinheiro e os ratos e outras fábulas amorais é o novo livro de Betto Ferreira
“Costumo dizer que a gente não escreve livros. A gente escreve textos e os transforma um dia em livros se for o caso e desejo”. É assim que o autor Betto Ferreira responde quando perguntado como se faz para escrever um livro. E é o que aconteceu mais uma vez com o quarto título do autor na plataforma Uiclap, O cozinheiro e os ratos e outras fábulas amorais.
São 14 fábulas, umas escritas já há algum tempo, outras mais recentes, as quais ele decidiu publicar no formato de livro a pedido de amigos leitores. O subtítulo tem uma explicação: uma das características marcantes do gênero na antiguidade, as fábulas de Ferreira não têm a pretensão de serem moralistas. Parafraseando Nietzsche, segundo o autor, a moral não passa de falsa interpretação da vida. “Isso deixo a cargo do leitor”, disse, ao ressaltar que alguns foram escritas como recurso didático-pedagógico. Ferreira é professor de Língua Portuguesa na educação básica e muitas vezes precisou criar estórias com temas e figuras apropriadas para as atividades de leituras.
A Jacaré dos ovos de diamante (prêmio de edição do Banco de Talentos da Febraban, 1997), O voo da tartaruguinha e O Cozinheiro e os ratos que dá nome a obra são alguns exemplos da pedagogia do professor-escritor. A lista de publicação de Ferreira na Uiclap inclui ainda Pedagogia da indisciplina, crônicas de sala de aula e Contos Pessimistas (segunda edição), além da versão infantojuvenil da fábula O voo da tartaruguinha e Beruca e o alvinegro da estrela vermelha, homenagem ao Botafogo-PB, seu clube do coração. O autor nasceu em João Pessoa em 1966.
Só resta, então, esperar que os textos tenham o privilégio de serem lidos, assim como o autor teve o prazer de escrevê-los. “Foi uma imensa diversão”, afirma. O convite está feito.