Após superar violência doméstica, servidora de Campinas lança livro para ajudar mulheres

Geysa Junia Amorim, uma agente administrativa de 39 anos, decidiu sair de casa após anos de perseguição e ameaças por parte de seu marido. Ela lutou contra a violência e finalmente se libertou do abuso doméstico. Em seu livro, ela compartilha sua experiência para ajudar outras mulheres.

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Ela decidiu sair de casa, lutou contra anos ainda se perseguição e ameaças até se libertar totalmente da violência doméstica.

Por Thiago Rovêdo

No dia 28 de dezembro de 2013, a agente administrativa da Prefeitura de Campinas, Geysa Junia Amorim, de 39 anos, foi brutalmente espancada pelo então marido. As agressões aconteciam há anos e vinham em uma crescente. Ela decidiu sair de casa, lutou contra anos ainda de perseguição e ameaças até se libertar totalmente da violência doméstica. Neste sábado, 8, a servidora vai lançar um livro no qual relata a experiência e pretende, com isso, ajudar outras mulheres.

Geysa foi morar junto com o ex-marido em 2000. Ao longo dos quase 14 anos de relacionamento, foram dois filhos – uma garota de 21 anos e um menino de 11 anos. Este último estava com ela no dia que ela conseguiu se libertar dos casos de violência que sofria há anos.

“Em dezembro de 2013, no dia 28, eu fui espancada e sofri várias violências. Eu estava em casa com o meu filho mais novo e com ele [marido] . Ele já vinha em uma crescente de violência e de forma mais contínua”, contou. Segundo a servidora, no começo, o ex-marido folgava dois dias por semana e os casos só aconteciam quando ele não trabalhava. Mas depois mudou e começou a alternar entre os dias da semana.

“Era uma tortura para mim nos dias de folga dele. Nesse último dia, ele estava muito violento e foram sessões de violência por horas, com cabo de vassourta, chutes, socos, quebrei um osso no ouvido, no nariz. Uma hora ele foi ao banheiro, eu peguei o telefone e liguei para o meu pai e ele foi. Saímos de casa, mas meu ex-marido não deixou eu levar o meu filho. Foi terrível, mas era isso ou eu iria morrer”, lembrou.

A servidora pública contou que a questão do filho foi resolvida na sequência e ela pegou a guarda. “Aconteceram várias ameaças, para minha família e para mim. Foram meses difíceis e até no meu trabalho ele chegou a ir. As coisas começaram a se acalmar depois de um ano mais ou menos”, disse.

O ex-marido nunca foi preso pelas agressões em si. Ele acabou indo para a cadeia quando descumpriu uma medida protetiva. “Convivi com abusos durante anos da minha vida sem ao menos perceber e para que tomasse consciência disso foi preciso eu quase perder a vida”, disse.

Ela explicou que com o passar dos anos após a separação, começou a refletir sobre a situação e decidiu colocar no papel. “Foi então que decidi colocar tudo para fora, falar sobre o assunto, tentar ajudar outras mulheres a superar a violência doméstica e o fiz em forma de arte e na publicação de um livro”, afirmou.

O livro Liberte-se conta um pouco da minha trajetória num ambiente de violência doméstica e por mais que não seja uma leitura fácil, tampouco agradável, é necessária. “Relacionamentos abusivos são mais comuns do que imaginamos e precisamos trazer luz para esse tema, que infelizmente mata mulheres todos os dias”, contou.

O lançamento do livro acontece neste sábado, na Livraria Cultura, no Parque D. Pedro Shopping, a partir das 15h30. O livro está disponível para venda na UICLAP.

Fonte: GCN

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