3 dicas para começar a escrever o seu livro

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Recentemente tivemos um bate-papo incrível com a Laura Bacellar, em uma Live do Instagram, falando sobre escrita, e dando dicas valiosas para escritores (as). Se você perdeu, não precisa se preocupar. A Laura separou 3 dicas valiosas para compartilharmos com você, escritor (a) Uiclaper!

Leia o artigo de Laura Bacellar


Quem quer escrever um livro às vezes fica na dúvida de por onde começar. Há vários caminhos, aqui menciono algumas dicas para colocar jovens escritores no caminho mais produtivo.

Criatividade: cuide de seu filhote

Nossa criatividade, quando começamos a exercer uma atividade que não é mecânica, que tem mil opções e que mexe com nosso cenário interno, costuma acordar.

É uma delícia sentir a capacidade de criar, de fazer aparecer um texto, uma ideia, uma imagem onde antes não havia nada. Parece um cachorrinho novo dando seu pulos fofos, um gatinho brincando de lutar com seus irmãos.

Só que a criatividade é como um filhote, precisa ser cuidada para crescer e ficar forte. E precisa ser ensinada para não roer os sapatos, para aprender onde é seu banheiro.

Como assim?

Você precisa alimentar sua criatividade dando-lhe exemplos. Cachorrinhos aprendem com os cães mais velhos, autores aprendem com escritores já publicados. Leia muito.

Dê à sua criatividade espaço para brincar, como a um cavalinho. Você não pode fazer exigências de si, de sua escrita, logo de largada. Pode ser que mais tarde você tenha um alazão magnífico, mas no início da vida dê ao seu senso de criação a oportunidade de brincar, errar, começar e largar.

Mude de ideia, comece um novo texto, caia de costas, rasgue tudo. É normal. Criatividade não é militar, não é um sentido que funcione com pressão e estresse, mas com espaço para respirar e tomar sol.

Um pouco de disciplina faz bem. O gatinho precisa aprender onde fica o jornal do banheiro e que arranhar a sua perna não se faz. Sua criatividade cresce mais feliz se você tiver um horário para escrever sempre, e se entender que os outros não têm obrigação de servir a você enquanto cria.

De repente, você chega a um momento criativo sustentado, robusto, confiável. Com cuidados básicos e alguma persistência, você vê seu cavalo galopar forte pelo campo, você escreve seu livro e o publica.

Gêneros literários: aprenda a fazer pão

Escrever um livro usa muito da criatividade, daquilo que nos é pessoal e único. No entanto, essa criação funciona melhor se fizermos de modo semelhante a assarmos pães.

Você teria vontade de comer um pão de couve com creme de leite? E um pão de mocotó com orégano?

Quem vai aprender a fazer pão normalmente começa com um simples, de farinha, água e fermento. Você já tem uma noção do que seja um pão, já comeu muitos na vida, e começa pelo básico. Depois de um certo tempo e variadas experiências, pode inventar.

Conheço uma moça que, depois de sustentar a si mesma fazendo e vendendo pães por mais de um ano, inventou alguns especiais, como pão com provolone, pão com raspas de laranja, pão com nozes.

Ela sabia fazer pães, tinha experiência do que agradava ao paladar de quem comprava seus pães, aí arriscou. Deu certo, ela vendeu mais.

Sugiro o mesmo com escritores, que comecem dentro de um gênero que já exista. E que provem desse gênero de forma a saber como ele funciona.

O que um livro policial tem sempre? E os de horror? Quais as expectativas de quem lê uma obra romântica? E as de aventura? Como são os livros de fantasia atuais?

Ao conhecer e escrever dentro de um gênero, respeitando suas convenções, fazemos um pão de acordo com a receita, tendo provado pães parecidos com aquele. Depois de entendermos o que dá gosto a um livro de fantasia podemos inventar e misturar com mais segurança nosso próprio tempero, dosar aventura com horror, suspense com fantasia.

Primeiro, no entanto, o básico.

Sucesso: corra em volta do quarteirão

Há escritores que, ao sentir as ideias fervilharem na cabeça, têm certeza de que vão conquistar o mundo. A força das imagens é tanta que o sucesso lhes parece garantido.

Eu nunca digo sim nem não, o sucesso é muito possível para quem tem talento e criatividade. Só que isso não basta. É como ser uma criança que corre muito, ultrapassa os colegas nas brincadeiras, e garantir que vai ganhar as Olimpíadas.

Pode ser que sim, pode ser que não, afinal o Usain Bolt começou correndo pelos campos da Jamaica. Só que ele treinou muito para chegar ao nível das provas de atletismo mundiais.

A escrita tem a vantagem de não requerer tanto treino dia e noite, mas exige dedicação. Exige que você fortaleça os músculos das imagens, dos cenários, dos personagens. Pede precisão de ideias, concisão, comunicação límpida.

Ou seja, antes de chegar a um pódio de prêmio importante, ao reconhecimento de público e pares, você precisa se exercitar.

Comece correndo pelo quarteirão sem querer ir para as Olimpíadas já na próxima semana, assim você aumenta as chances de chegar lá.

Se quiser mais algumas dicas, organizei um curso rápido, em dez aulas em vídeo, para quem quer começar a escrever: Como começar a escrever seu livro.

Boa sorte! E comente se estiver fazendo algo que dá certo para seu livro.